Embora a radioterapia possa ser utilizada para o tratamento de doenças benignas, sua maior aplicação destina-se ao tratamento dos tumores malignos. Ela atua contra os cânceres através de vários mecanismos, sendo os principais o ataque ao DNA, o material genético das células tumorais e o estímulo ao Sistema Imunológico dos pacientes para que as células de defesa do organismo combatam os tumores.
O mecanismo mais amplamente conhecido e há muitas décadas estudado de atuação da radiação sobre os tumores foca em sua capacidade de gerar radicais livres que danificam o DNA, o material genético das células cancerosas. Assim, elas perdem a capacidade de se dividir, de proliferar, de dar origem a células-filhas com suas características. Há tumores que sofrem maior ação da radiação, sendo conhecidos como tumores radiossensíveis e há tumores que são mais resistentes ao dano causado pela radiação, os chamados tumores radiorresistentes.
Um mecanismo mais recentemente descrito para explicar o modo como a radiação atua sobre os tumores é focado em sua interação com o Sistema Imunológico do paciente. Quando a radiação destrói um tumor, libera no organismo substâncias conhecidas como antígenos tumorais. Estes são capazes de provocar a reação de células de defesa do organismo, os linfócitos, a fim de atuarem para destruírem os tumores. Este mecanismo é de suma importância no momento atual que a Oncologia vive, em que são produzidas diversas drogas que atuam, similarmente, sobre o Sistema Imunológico. Estas drogas são conhecidas como Imunoterápicos e têm ocasionado resultados expressivos no tratamento de alguns tumores. Sua interação com a radioterapia está sendo amplamente estudada e espera-se, para os próximos anos, resultados de estudos que indiquem a melhor forma de combinar as duas formas terapêuticas.
CARLOS LIMA JUNIOR
Médico Radioncologista na Clínica Radiologia São Sebastião
CRM SC 14673