Quando existe suspeita de câncer o principal exame para confirmar o diagnóstico é a biópsia. Este procedimento consiste da retirada de um pequeno pedaço do tumor para a análise. Os procedimentos de biópsia são seguros, no entanto trazem algum desconforto. São exames essenciais, tanto para saber exatamente qual é a doença como para a escolha do melhor tratamento.
Já a chamada biópsia líquida é simples e indolor. Basta uma coleta de sangue convencional. A diferença é a análise molecular sofisticada, capaz de identificar fragmentos de DNA de tumores na corrente sanguínea e indicar sua presença antes mesmo de se tornarem visíveis em análises convencionais, numa fase em que podem ser bloqueados.
Com o avanço dos conhecimentos sobre o câncer compreendemos que as doenças são diferentes e variam de pessoa para pessoa. Depois, descobrimos também que a doença da mesma pessoa sofre mutações ao longo do tempo. Por isso que os medicamentos funcionam num momento inicial e depois param de funcionar. A biópsia líquida vem como avanço neste quesito.
O exame hoje pode ser utilizado para pessoas em tratamento para câncer de pulmão que tenham a alteração conhecida como mutação do EGFR. Caso o primeiro tratamento adotado pare de funcionar, é possível fazer um exame de sague procurando pela mutação T790M. Se ela estiver presente já existe um medicamento oral capaz de atacar esta mutação com grandes chances de controle da doença.
No futuro é possível que tenhamos conclusões a partir de exames de sangue sobre praticamente todas as doenças. Isso evitaria a necessidade de repetir biópsias, proporcionando mais conforto ao paciente e um tratamento ainda mais assertivo.