Muitas mulheres chegam ao meu consultório para questionar sobre a trombofilia. Essa doença, que pode afetar também os homens, se caracteriza pela propensão do indivíduo a desenvolver trombose, podendo acontecer em qualquer período da vida, inclusive, durante a gravidez levando ao aborto.
A trombose ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas, o que bloqueia o fluxo de sangue e causa inchaço e dor na região. Problemas maiores são ocasionados quando o coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. Uma embolia pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves.
Primeiramente, o importante é tranquilizar essas pacientes e dizer que elas não devem se apavorar com o tema trombofilia, pois não se trata de um grande problema de saúde. Existe um diagnóstico adequado e correto que deve ser muito bem estudado e avaliado por um profissional especializado e esse estudo vai determinar qual o tratamento e quais as medidas de tratamento e cuidados que as mulheres devem ter durante o período de gestação.
Outro ponto que vale destacar é que nem todos os pacientes são portadores de trombofilia. O médico hematologista, ou seja, aquele que trata as doenças relativas ao sangue, é quem deve fazer esse diagnostico. Esse especialista deve pesquisar a trombofilia em homens ou mulheres, jovens ou não, que já tiveram algum evento de trombose, de embolia pulmonar, de acidente vascular cerebral isquêmico, infarto cardíaco, ou ainda, em mulheres que possuem aborto de repetição ou histórico familiar do problema.
Quanto ao tratamento das trombofilias, o que mais tranquiliza é que todas podem ser tratadas. Isso não significa que todas as mulheres que têm trombofilia necessitam de tratamento específico, depende de cada caso, algumas precisam apenas de determinados cuidados, onde o profissional bem treinado e especializado vai poder orientar.